O símbolo é a expressão primitiva do inconsciente, mas é também, ao mesmo tempo, uma idéia que corresponde a mais elevada intuição produzida pela consciência (Carl Gustav Jung).
A magia dos símbolos é a magia que tudo permeia. Nas profundezas mais íntimas de nosso ser ela penetra nossos sonhos, conduz nossas emoções, cura a nossa psique. Quando emerge no consciente, cria idéias, concebe filosofias, gera novas ordens sociais.
Sob seu poderoso encantamento o mundo se transforma, o universo se reduz à ordem, a própria natureza é dominada.
E contudo, essa magia é ao mesmo tempo uma magia terrível. No mesmo instante em que seus serviços são conscientemente engajados, ela pode voltar-se contra o mago, quando este menos espera, despedaçando-o.
E assim, os que dela abusam caminham levianamente na direção da boca do inferno, reinos são destruídos, civilizações inteiras soçobram.
E com eles, talvez, a própria humanidade.
Mas que estranha magia é essa?
Que símbolos misteriosos possuem poder tão devastador?
Quem na verdade, é o mago encarregado disso?
A verdade é que todos nós desempenhamos, esse papel decisivo, não apenas em ocasiões especiais, mas todos os dias da nossa vida, na maior parte do tempo de forma inconsciente, mas também muitas vezes de maneira consciente.
E nesse último caso, não por meio de um sistema secreto de sinais e encantamentos mágicos, nem mesmo por meio da ciência e da tecnologia, mas sim por meio da magia do nosso pensamento e da linguagem cotidiana.
É a magia dos nossos símbolos conscientes que constrói o mundo e que também pode destruí-lo.
Alguns poderão dizer que o destino do mundo não depende de uma coisa tão inconsciente como símbolos, mas de fatos concretos e materiais.
Apóia-se, não na magia dos Deuses mas no talento dos políticos e nos joguetes dos poderes econômicos e nos desastres naturais.
Isto é com certeza o lado negativo da moeda do destino humano.
Mas o que dizer do seu oposto?
Quais são as forças positivas que têm a capacidade de nos salvar e assegurar o futuro da nossa raça.
Bem, para começar existe o idealismo, a razão, a boa vontade, o planejamento, e a boa administração.
A antevisão perspicaz e a sabedoria filosófica são fundamentais para a nossa sobrevivência.
O espírito da cura e da unidade deve inevitavelmente sustentá-la.
Essas porém são idéias abstratas e não fatos concretos e materiais, idéias oriundas da palavra e do conceito, em suma, oriundas de símbolos.
Pois a verdade é que nossas próprias palavras são símbolos, nossas idéias meros criptogramas para a verdade.
O simbolismo, portanto, não é nada menos do que o Deus trino no nosso panteão de possibilidades.
No âmbito do inconsciente ele é Brahma, o criador.
No nível da cura e do desenvolvimento psicológico, seja individual ou coletivo, ele é Vishnu, o preservador.
No nível cotidiano e mais familiar do pensamento e da linguagem ele é Shiva, o destruidor e regenerador.
E a dança mística de Shiva, que julgamos moldar e condicionar todo o universo como nós conhecemos, nada mais é do que a dança mortal que nós conscientes ou inconscientes executamos todos os dias.
Mas qual é a verdadeira natureza dessa dança fatídica que executamos ao mesmo tempo consciente e inconscientemente?
Quais são seus passos, e quem os inventou?
Quando e como começou?
E como foi que nos incorporamos a ela?
Na verdade como foi que criamos a sua coreografia?
Todas essas são questões que teremos que abordar um dia, mas não são as únicas.
Há qualquer esperança para os dançarinos?
Irá à dança dos amaldiçoados prosseguir?
E se for assim, poderá ela durar até o primeiro fulgor de um novo e esperançoso alvorecer?
Grande parte depende de os dançarinos estarem preparados para despertar para a sua verdadeira situação.
Deixarem de ser marionetes animadas, que executam movimentos convulsivos e reflexos acompanhando o ritmo de uma musica, cujas as origens repousam nas profundezas da noite dos tempos.
É preciso permitir a entrada de ar fresco na atmosfera viciada do salão de baile, um choque forte o bastante para fazer com que os dançarinos percebam que existe um mundo além do salão de baile, um silêncio além da musica.
E que outras forças, outros deuses,mais pacíficos,podem ser encontrados em todos cantos do universo, conduzindo diante de si seus símbolos de cura.
Você está preparado para parar de dançar?
É capaz de abandonar seu parceiro de dança por algumas horas?
Irá interromper a musica, abrir as janelas, apagar as luzes?
Você está preparado para romper o encanto, para buscar a fonte da magia?
Para persegui-la numa jornada por meio dos portais da consciência, além dos véus da projeção e do sonho, na direção das profundezas do inconsciente?
Você está preparado, uma vez alcançado esse misterioso mundo subterrâneo, a se confrontar com os Deuses, desmascarar o remoto início?
Você está definitivamente preparado para enfrentar a realidade e talvez descobrir o seu Eu Superior.
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Aline Santos é Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Escritora, Palestrante, e Pesquisadora de Ciências Ocultas; e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com Cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
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